
Uma professora de uma escola estadual em Salvador afirmou ter descoberto um plano de envenenamento arquitetado por quatro alunos de 12 anos. De acordo com o relato da docente, os estudantes pretendiam colocar chumbinho — um tipo de veneno — em balas e doces que seriam entregues a ela e a outra professora como forma de vingança pela possibilidade de ficarem de recuperação.
O caso passou a ser investigado pela Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) da Polícia Civil da Bahia na última sexta-feira (31). Segundo o registro da ocorrência, três meninas e um menino estariam envolvidos no plano, que foi descoberto antes de ser executado.
Em um áudio divulgado pelo portal g1, a professora, que não teve o nome divulgado por segurança, relatou o susto que viveu. “Hoje quase vocês não teriam mais a amiga de vocês. Quatro alunos estavam preparando chumbinho para colocar nas balas e entregar às professoras de inglês e de matemática porque não queriam ir para a recuperação”, contou.
A educadora afirmou que o crime foi evitado após a intervenção do vice-diretor da escola, que teria ouvido comentários sobre a intenção dos alunos e os chamou para conversar. Durante o diálogo, os estudantes confessaram o que planejavam fazer. “Deus é tão bom que alguém ouviu. Acho que foi o vice-diretor. Ele chamou os quatro alunos, e eles admitiram. A partir daí, eu e a professora de inglês deixamos de dar aula naquele turno”, relatou a docente.
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia confirmou que os alunos envolvidos cursam o ensino fundamental e que, em depoimento, afirmaram não ter levado o veneno à escola no dia dos fatos. Em nota, a pasta destacou que “reitera o compromisso com o bem-estar e a segurança de professores, funcionários e estudantes, para garantir um ambiente escolar saudável e seguro”.
A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação e que os doces apreendidos foram encaminhados para perícia. O objetivo é confirmar se houve, de fato, contato com substâncias tóxicas.
A professora, abalada, aproveitou para fazer um alerta a outros profissionais da educação. “Fiquem atentos, não aceitem nada de alunos. Infelizmente, é essa a realidade que estamos enfrentando”, desabafou.
As autoridades ainda não divulgaram se os responsáveis legais pelos estudantes foram ouvidos formalmente. A conclusão do inquérito dependerá dos resultados da perícia e dos depoimentos colhidos pela DAI.
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