
O ex-deputado estadual e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores em São Paulo, Paulo Frateschi, morreu na manhã desta quinta-feira (6) após ser esfaqueado pelo próprio filho durante um surto psicológico. O episódio ocorreu na residência da família, localizada no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista. De acordo com informações da Polícia Militar, Frateschi foi atingido por golpes na cabeça e no braço e não resistiu aos ferimentos.
Segundo o relato policial, o filho do ex-parlamentar, cujo nome não foi divulgado, também atacou a mãe ao tentar impedir a agressão. Ela sofreu ferimentos leves e recebeu atendimento no local. Quando os agentes chegaram à residência, encontraram o agressor em estado de descontrole emocional. O homem foi contido e levado ao 91º Distrito Policial, no Ceasa, onde o caso foi registrado. A Secretaria da Segurança Pública informou que a casa foi isolada para a realização da perícia técnica.
O Partido dos Trabalhadores confirmou o falecimento por meio de nota oficial, lamentando profundamente a perda de um de seus dirigentes históricos. “É com tristeza que comunicamos o falecimento do ex-presidente do PT paulista e ex-deputado estadual Paulo Frateschi, companheiro e dedicado militante do nosso partido”, diz o comunicado. O texto destaca ainda o legado político e humano deixado por Frateschi. “Nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso na construção de um país mais justo e igualitário. Ele permanecerá vivo em nossas memórias e nas causas pelas quais lutou.”
A trajetória de Paulo Frateschi foi marcada pelo engajamento político e por episódios pessoais trágicos. Amigo próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-deputado enfrentou a perda de dois filhos em acidentes automobilísticos no início dos anos 2000. Em 2002, seu filho Pedro, de sete anos, morreu em um acidente na Rodovia Carvalho Pinto, e no ano seguinte, Júlio, de 16, faleceu em outro acidente na Rodovia Rio-Santos.
A morte do ex-parlamentar provocou comoção entre lideranças políticas de diferentes áreas. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, expressou nas redes sociais o impacto da notícia. “Recebi consternado a notícia da morte do meu amigo e companheiro Paulo Frateschi. Uma dor imensa tomou conta do meu coração. Paulão fará muita falta entre nós”, escreveu. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou o papel do ex-deputado na defesa da democracia. “Hoje nos despedimos de um homem fraterno, uma referência de compromisso público e político no Brasil”, publicou.
As circunstâncias do crime continuam sob investigação da Polícia Civil, que apura os detalhes do surto e as condições de saúde mental do filho de Frateschi, atualmente detido. O caso segue em sigilo enquanto as autoridades aguardam o laudo pericial e o depoimento da família.
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