
A manhã desta quarta-feira (5) foi marcada por um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Movimentos sociais, servidores públicos e representantes sindicais se reuniram para se manifestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, que retira a exigência de realização de referendo popular para autorizar a privatização da Copasa, estatal responsável pelo abastecimento de água e saneamento básico em grande parte do estado.
O ato foi organizado pelo Sindágua-MG, sindicato que representa os trabalhadores da companhia, e contou com apoio de entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM). A mobilização ocorre no mesmo dia em que os deputados estaduais devem votar a PEC em segundo turno, etapa decisiva para a possível aprovação da proposta.
Entre os participantes, estão dois representantes do governo federal: o ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, e a ministra Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos. Eles também participam de uma cerimônia em memória dos dez anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, considerado o maior desastre ambiental da história do país.
Durante o protesto, os manifestantes exibiram cartazes com os rostos e nomes dos parlamentares que votaram a favor da PEC no primeiro turno, além de entoarem palavras de ordem contra o governador Romeu Zema (Novo), principal defensor da desestatização da Copasa. Um painel com fotos dos deputados foi instalado próximo à entrada da Assembleia, servindo de ponto de registro para os participantes do ato.
A votação da proposta ocorre em meio a um ambiente de forte polarização política. Caso aprovada em segundo turno, a PEC eliminará da Constituição mineira o dispositivo que condiciona a venda de estatais à realização de consulta popular. O governo argumenta que a mudança é necessária para viabilizar a adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), enquanto opositores defendem que a população deve ter o direito de decidir sobre o futuro da Copasa.
A Polícia Militar acompanha a movimentação na região para garantir a segurança e o fluxo no entorno da ALMG. Até o final da manhã, o protesto seguia de forma pacífica.
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