Operação “Duplo Eixo” desmantela facção ligada ao Comando Vermelho em Minas e na Bahia

Uma operação integrada entre as polícias civis de Minas Gerais e da Bahia resultou na prisão de dez pessoas suspeitas de integrar uma facção criminosa associada ao Comando Vermelho. A ação, denominada “Duplo Eixo”, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (30/10) e teve como alvo uma organização que atuava no tráfico de drogas e em crimes violentos nas regiões de fronteira entre os dois estados.

Coordenada pela Polícia Civil em Teófilo Otoni e conduzida pela Delegacia Regional de Pedra Azul, a operação cumpriu 32 mandados de busca e apreensão, além de sete mandados de prisão preventiva e três prisões em flagrante. Também foram determinadas duas internações de adolescentes. As investigações, iniciadas há mais de um ano, apontaram a existência de uma estrutura criminosa organizada, responsável pelo abastecimento, distribuição de drogas e imposição de poder por meio da violência.

Os alvos da operação atuavam em cidades mineiras como Divisa Alegre, Águas Vermelhas, Cachoeira de Pajeú, Pedra Azul e João Pinheiro, e nos municípios baianos de Cândido Sales e Vitória da Conquista. Segundo a Polícia Civil, o grupo mantinha ligações diretas com o Comando Vermelho, uma das facções mais antigas e influentes do país, com origem no Rio de Janeiro.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, as equipes apreenderam mais de cem porções de crack, maconha e cocaína, além de um veículo e uma réplica de arma de fogo. O material reforça a suspeita de que o grupo tinha papel ativo na distribuição de entorpecentes entre os dois estados, utilizando rotas de interior para dificultar o rastreamento das operações.

Ao todo, 130 policiais civis e militares participaram da ação, que contou com o suporte das equipes da Coordenação de Recursos Especiais (Core), Operações com Cães (COC) e Aerotática (CAT), vinculadas à Coordenadoria de Operações Estratégicas (COE) da Polícia Civil mineira.

De acordo com a corporação, o nome “Duplo Eixo” faz referência à atuação interestadual do grupo, que mantinha dois polos principais de operação — um em Minas Gerais e outro na Bahia. As investigações prosseguem para identificar outros integrantes e possíveis ramificações da facção em estados vizinhos.