
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta quarta-feira (29) o reforço no policiamento das áreas de divisa com o Rio de Janeiro, em resposta à megaoperação policial que deixou mais de cem mortos na capital fluminense. A medida tem como objetivo impedir a entrada de integrantes de facções criminosas que possam tentar fugir do território carioca para o Estado mineiro.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Zema afirmou ter determinado prontidão e aumento das patrulhas nas regiões mais próximas à fronteira com o Rio. “Determinei reforço e prontidão na área mais próxima ao Rio de Janeiro”, declarou o governador, que também sinalizou um encontro com o governador fluminense, Cláudio Castro (PL), ainda nesta semana, para discutir ações conjuntas de segurança pública.
A decisão ocorre em meio à repercussão da operação contra o Comando Vermelho, realizada nesta terça-feira (28), que resultou em dezenas de mortos e reacendeu o debate sobre a escalada da violência e o poder das facções criminosas no Rio de Janeiro. Segundo as autoridades fluminenses, a ação teve como objetivo desarticular grupos armados que atuam nos complexos da Penha e do Alemão.
Durante o pronunciamento, Zema criticou o Governo Federal pela ausência de apoio nas ações de combate ao crime organizado. “O Rio de Janeiro está enfrentando um problema gravíssimo sem nenhum apoio federal”, afirmou. O governador, que é pré-candidato à Presidência da República em 2026, também destacou a importância de medidas mais rigorosas contra organizações criminosas.
O tema voltou ao centro das discussões no Congresso Nacional, com o avanço do Projeto de Lei (PL) que equipara facções criminosas a organizações terroristas. Para Zema, a proposta é fundamental para obrigar a União a agir de forma mais efetiva. “Bandidos que tomam ruas, que usam pessoas como escudo humano, são terroristas. Assim, vamos obrigar o Governo Federal a agir”, declarou.
Equipes da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) já intensificaram as operações nas rodovias e pontos estratégicos que ligam o Estado ao Rio, especialmente nas regiões da Zona da Mata e Sul de Minas. As ações incluem blitzes, abordagens e reforço de patrulhas aéreas, com o objetivo de identificar possíveis tentativas de deslocamento de criminosos.
Apesar do clima de tensão, o governo mineiro informou que, até o momento, não há registro de movimentações suspeitas ou incidentes ligados à fuga de integrantes de facções. As forças de segurança devem manter o monitoramento reforçado até que a situação no Rio de Janeiro seja considerada estável.
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