
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste domingo (26/10) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, capital da Malásia. O encontro, que durou cerca de uma hora, ocorreu durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e representou o primeiro diálogo formal entre os líderes desde o início das tensões comerciais entre os dois países.
Durante a conversa, Lula afirmou que o Brasil está disposto a manter uma relação construtiva e de cooperação com os Estados Unidos. “O Brasil tem todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos. Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e EUA”, declarou o presidente brasileiro no início da reunião, que começou às 15h30 no horário local (4h30 da manhã em Brasília).
O petista apresentou uma pauta extensa de temas bilaterais e destacou que a disposição ao diálogo é fundamental para resolver os impasses. “Quando dois presidentes se sentam à mesa e colocam seus pontos de vista, a tendência é chegar a um acordo”, disse. Lula também reiterou seu otimismo quanto à manutenção de uma “relação civilizada e produtiva” entre os países.
O encontro contou com a presença do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Nas redes sociais, Lula classificou a conversa como “franca e construtiva”, afirmando que as equipes técnicas de ambos os governos começarão a trabalhar imediatamente na busca por soluções sobre as tarifas comerciais e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras.
Entre os principais temas abordados, estiveram as tarifas de 50% impostas em agosto sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos e as sanções financeiras aplicadas a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) com base na Lei Magnitsky, incluindo o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci. Lula argumentou que as taxações foram um “equívoco” e que o comércio bilateral tem historicamente favorecido os Estados Unidos, com um superávit estimado em US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.
O encontro marca um momento de reaproximação diplomática entre os dois governos. A última interação entre Lula e Trump havia ocorrido em setembro, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, quando trocaram cumprimentos rápidos nos bastidores do evento. À época, Trump chegou a comentar sobre a “boa química” entre ambos e sinalizou interesse em uma futura reunião — agora concretizada na Malásia.
Além das conversas presenciais, os dois presidentes já haviam mantido um diálogo telefônico no início de outubro, no qual designaram Mauro Vieira e Marco Rubio para conduzir as negociações diplomáticas. Apesar das divergências recentes, Lula afirmou que está confiante na construção de uma relação “baseada no respeito e na cooperação” entre Brasil e Estados Unidos.
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