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Trump confirma possível encontro com Lula na Malásia neste domingo

Presidentes devem discutir tarifas de importação e sanções impostas aos brasileiros; reunião ocorre em meio a esforços de reaproximação diplomática entre os dois países.

25/10/2025 às 13h15
Por: Bianca Guimarães
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Foto: Claudio Reis/Getty Images
Foto: Claudio Reis/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (26/10), em Kuala Lumpur, capital da Malásia. O encontro, previsto para a manhã pelo horário de Brasília, deve abordar temas econômicos e diplomáticos, incluindo as tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros e as sanções impostas a autoridades do país.

Durante uma entrevista a jornalistas na Malásia, Lula afirmou que está confiante em encontrar uma solução para os impasses recentes entre os dois governos. “Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar os problemas na mesa e tentar encontrar uma solução. Pode ter certeza que vai haver entendimento”, declarou o presidente brasileiro.

Trump, ao embarcar nos Estados Unidos rumo à cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), foi questionado sobre o encontro e respondeu de forma afirmativa. O norte-americano também indicou que pode reconsiderar as tarifas aplicadas sobre os produtos brasileiros “sob as circunstâncias certas”. Apesar das confirmações de ambos os líderes, o encontro ainda não consta oficialmente nas agendas presidenciais.

Entre os principais temas previstos para a conversa está a revisão das tarifas comerciais impostas por Washington em agosto, que afetam diretamente o agronegócio e a indústria de base do Brasil. Lula pretende apresentar dados que, segundo o governo, demonstram um superávit norte-americano de cerca de US$ 410 bilhões nas relações comerciais bilaterais ao longo dos últimos 15 anos. O presidente sustenta que as taxações foram aplicadas “por equívoco” e “sem justificativa técnica”.

Outro ponto sensível da pauta envolve as sanções adotadas pelo governo dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atingido pelas restrições previstas na Lei Magnitsky. Além dele, outros magistrados também tiveram vistos revogados após o julgamento de réus ligados à tentativa de golpe de Estado.

Lula e Trump já haviam se encontrado rapidamente nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em setembro, quando o presidente norte-americano elogiou a “boa química” entre os dois e sinalizou disposição para um diálogo direto. Na ocasião, o tom foi mais conciliador, após semanas de tensão provocadas pelas críticas da Casa Branca à política comercial brasileira.

Os dois também conversaram por telefone no início de outubro, quando Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as tratativas com o Itamaraty. Na última semana, Rubio se reuniu com o chanceler Mauro Vieira para ajustar o cronograma de negociações e preparar o terreno para o possível encontro deste domingo.

Se confirmada, a reunião em Kuala Lumpur marcará o primeiro diálogo formal entre Lula e Trump desde o agravamento das divergências econômicas entre Brasil e Estados Unidos — um passo que pode redefinir os rumos da política comercial e diplomática entre as duas maiores democracias do continente.

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