Os trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) iniciaram, nesta quarta-feira (22/10), uma greve por tempo indeterminado. A paralisação ocorre em resposta ao avanço da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 24/2023, que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e prevê o fim da exigência de referendo popular para a venda da estatal.
A decisão pela continuidade da greve foi tomada após audiência pública realizada na ALMG, que discutiu os projetos de lei apresentados pelo governador Romeu Zema (Novo) voltados à privatização da companhia. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos de Minas Gerais (Sindágua-MG), a mobilização tem como principal objetivo pressionar os parlamentares e ampliar o debate sobre a proposta.
“O que está em jogo é o direito do povo mineiro de decidir sobre o destino da Copasa. A privatização não é uma pauta apenas dos trabalhadores, mas de toda a população, que deve ter o direito de ser consultada antes de qualquer venda”, afirmou Eduardo Pereira, presidente do Sindágua-MG.
Inicialmente prevista para os dias 21, 22 e 23 de outubro, a paralisação foi estendida após o sindicato avaliar que a votação da PEC deve se prolongar além do prazo original. Durante esse período, servidores estão mantendo vigília permanente nas dependências da Assembleia para acompanhar as discussões e tentar impedir o avanço do texto.
A proposta de emenda constitucional, de autoria do governo estadual, transfere para os deputados estaduais a responsabilidade exclusiva de decidir sobre a eventual privatização da Copasa, sem a necessidade de consulta popular. A medida é vista por representantes sindicais e parte da oposição como um retrocesso democrático.
Apesar da greve, a Copasa informou, em nota, que os serviços essenciais, como o abastecimento de água e o tratamento de esgoto, não serão interrompidos. “O sindicato garantiu à Companhia que não haverá prejuízo à população. A Copasa seguirá monitorando a situação e adotará as medidas necessárias para assegurar a continuidade das operações, mantendo o compromisso com a saúde e a segurança hídrica dos mineiros”, declarou a empresa.
Enquanto a PEC 24/2023 segue em tramitação, representantes da categoria afirmam que o movimento de greve continuará ativo e que novas manifestações poderão ocorrer nos próximos dias, dependendo do andamento das discussões na Assembleia Legislativa.
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