O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta segunda-feira (20) o Programa Reforma Casa Brasil, iniciativa voltada para o financiamento de reformas, ampliações e adequações de moradias em todo o país. O projeto tem como público principal as famílias em situação de vulnerabilidade social, que, segundo o presidente, representam uma parcela significativa dos brasileiros ainda “invisíveis” aos olhos do mercado.
Durante o evento de lançamento no Palácio do Planalto, em Brasília, Lula afirmou que o novo programa pretende resolver um dos desafios mais urgentes da população: a precariedade das condições de moradia. “É importante o Estado olhar para aquelas pessoas que o mercado não tem interesse. O mercado não gosta de ganhar pouco. O povo que precisa de nós não precisa de bilhões, precisa de alguns milhares de reais”, destacou o presidente.
O Reforma Casa Brasil permitirá que famílias financiem valores a partir de R$ 5 mil, com prazo de pagamento de até cinco anos (60 meses). As parcelas serão limitadas a 25% da renda familiar, e cada grupo poderá ter apenas um financiamento ativo. O objetivo é atender brasileiros que já possuem um imóvel, mas enfrentam problemas estruturais ou de adequação, como falta de banheiros, infiltrações e necessidade de ampliação.
Durante o discurso, Lula reforçou que a habitação é um tema central para a dignidade das famílias e para o fortalecimento da economia. “Quando a economia do bairro começa a melhorar, todo mundo quer reformar a sua casa. Muitas vezes, há famílias que vivem sem um quarto adequado, enquanto outras têm três garagens. Esse programa é para equilibrar isso, para levar qualidade de vida aos mais pobres”, afirmou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou o potencial econômico e social da iniciativa, ao afirmar que o financiamento pode transformar a realidade de milhões de famílias. “Para quem está com uma casa ainda por fazer, ou precisando recuperar a moradia, esses R$ 20 mil ou R$ 30 mil serão fundamentais para devolver dignidade e melhorar a qualidade de vida”, disse.
Haddad também explicou que o Banco Central apresentou ao Conselho Monetário Nacional uma nova forma de organizar a caderneta de poupança, de modo a ampliar os recursos destinados ao financiamento habitacional popular.
Já o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Eduardo Borges da Silva, classificou o programa como “um marco na construção da habitação popular no Brasil”, destacando que a proposta fortalece o direito à moradia digna e a inclusão social.
O governo federal espera que o Reforma Casa Brasil tenha impacto direto na geração de empregos no setor da construção civil, na valorização de comunidades e na redução do déficit habitacional. Para Lula, trata-se de mais um passo em direção a um país “com mais dignidade e menos desigualdade”.
Mín. 12° Máx. 27°