O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou nesta terça-feira (21/10) para uma viagem de uma semana à Ásia, com compromissos oficiais na Indonésia e na Malásia. A missão presidencial tem foco no fortalecimento das relações econômicas e políticas com países do Sudeste Asiático e pode incluir uma reunião inédita com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Após uma escala em Joanesburgo, na África do Sul, a comitiva brasileira deve chegar à Indonésia nesta quarta-feira (22/10). No dia seguinte, Lula será recebido pelo presidente Prabowo Subianto, em uma visita oficial que retribui a presença do líder indonésio em Brasília, ocorrida em julho deste ano. O encontro deve abordar temas como cooperação ambiental, investimentos em energia renovável e comércio bilateral.
Na sexta-feira (24/10), o presidente segue para a Malásia, onde participará da Cúpula da ASEAN e da Cúpula do Leste Asiático, eventos que reúnem lideranças globais para discutir temas como segurança regional, integração econômica e sustentabilidade. A Ásia tem sido apontada pelo governo brasileiro como uma prioridade estratégica para diversificar parcerias comerciais, especialmente diante do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos e das dificuldades no sistema multilateral de comércio.
Assim como Lula, Donald Trump também participará da cúpula na Malásia. Diplomatas dos dois países trabalham para viabilizar um encontro bilateral entre os líderes, que pode ocorrer no domingo (26/10), em Kuala Lumpur, logo após o encerramento das atividades oficiais. Segundo integrantes da diplomacia brasileira, a escolha de um país neutro é vista como ideal para uma conversa reservada, minimizando eventuais tensões políticas.
Na última quinta-feira (16/10), o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington, para discutir temas bilaterais e buscar a reversão das tarifas aplicadas aos produtos brasileiros. Vieira classificou a conversa como “muito produtiva” e destacou o início de um cronograma de negociações entre as equipes técnicas dos dois países.
O encontro entre Lula e Trump, se confirmado, será o primeiro diálogo direto entre os dois presidentes desde o retorno do petista ao Palácio do Planalto e pode representar um marco nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos em meio a um cenário global de tensões econômicas e comerciais.
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