Dois detentos são econtrados mortos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem

Dois detentos foram mortos e outros dois ficaram feridos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desse sábado (18). As vítimas foram identificadas como Ailton de Souza Bispo Neto, de 29 anos, e Welbert Junio Gonçalves Carvalho, de 33. Ambos estavam em celas diferentes no Pavilhão Quatro. Os corpos foram removidos e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) da capital.

De acordo com informações preliminares, o ataque teria ocorrido após um grupo de presos conseguir abrir algumas celas e invadir outros compartimentos da unidade. A ação foi interrompida quando detentos começaram a gritar por socorro, o que alertou os policiais penais de plantão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e socorreu dois feridos ao Hospital Municipal de Contagem.

Fontes ligadas à administração penitenciária informaram que o episódio pode ter sido facilitado por uma falha no sistema de segurança da unidade, conhecida como “Tranca Maluca” — procedimento adotado em situações de déficit de efetivo. A prática consiste em recolher os presos rapidamente após o banho de sol, com o auxílio de um detento que ajuda a fechar as celas. Essa dinâmica, segundo relatos, pode deixar portas mal trancadas e comprometer o controle interno.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou, em nota, que instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. A pasta reforçou que a situação foi controlada e que a penitenciária segue em funcionamento normal. “No curso das investigações, os presos das celas envolvidas serão ouvidos. A unidade prisional está sob controle e sem novas intercorrências”, diz o comunicado.

A Polícia Civil ficará responsável pela investigação dos homicídios e deverá apurar tanto a autoria quanto a motivação do crime. A Penitenciária Nelson Hungria é uma das maiores e mais complexas unidades prisionais de Minas Gerais, com histórico de superlotação e desafios relacionados à segurança interna.