Belo Horizonte voltou a ser palco de um caso que chocou a Região do Barreiro nesta quarta-feira (15/10). A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu uma mulher de 24 anos e o companheiro dela, de 38, suspeitos de envolvimento na morte do filho da mulher, um garoto de 9 anos, que morreu após dar entrada com parada cardíaca no Hospital Júlia Kubitschek no final de agosto.
Inicialmente, a mãe relatou que a criança teria caído de uma escada molhada na escola. O menino chegou a ser atendido por dois dias consecutivos na UPA Barreiro, mas liberado. No dia 23 de agosto, ele apresentou sangramento nasal e queixas de dor na perna. Ao dar entrada no hospital, o garoto sofreu parada cardíaca e não resistiu. A equipe médica constatou lesões incompatíveis com a versão apresentada pelos responsáveis, incluindo hematomas múltiplos, rigidez abdominal e sangramento nasal, sinais que indicavam morte violenta por agressões físicas.
Durante depoimento na delegacia, a mãe confessou ter agredido o filho com chineladas e tapas nas costas e abdômen, afirmando que “passou do ponto” e que estava sob efeito de cocaína no momento das agressões. O companheiro, por sua vez, apresentou versão contraditória, alegando que não presenciou qualquer agressão, enquanto a mãe relatou que ele teria saído de casa nesse período. Segundo a juíza Ana Carolina Rauen Lopes, do Tribunal do Júri de Belo Horizonte, as contradições entre as versões do casal levantam suspeita de obstrução da investigação e possível participação do companheiro no crime.
Relatos de vizinhos e denúncia anônima indicaram que gritos de socorro da criança foram ouvidos na noite anterior à morte, e que o casal, usuários de drogas, teria agredido o menino com frequência. A vice-diretora da escola frequentada pela criança confirmou que não houve nenhum acidente no local, reforçando a incompatibilidade da versão dos responsáveis com os fatos apurados. A médica da UPA Barreiro também levantou suspeitas de agressão com base nos sinais clínicos observados.
Diante das evidências, a juíza determinou a prisão temporária do casal. Além disso, o Conselho Tutelar interveio para garantir a proteção dos outros dois filhos do casal, determinando seu acolhimento institucional devido ao risco concreto à integridade física e emocional das crianças. A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias da morte para esclarecer possíveis responsabilidades adicionais.
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