A visita de vereadores ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Belo Horizonte gerou polêmica na tarde desta quarta-feira (8). Acompanhados por guardas municipais e policiais militares, os parlamentares Flávia Borja (DC) e Irlan Melo (Republicanos) foram ao local para solicitar o fechamento temporário da exposição “Fullgás”, em cartaz desde agosto.
Os vereadores afirmam ter recebido queixas de pais e responsáveis sobre obras que conteriam imagens de nudez e alusões ao sexo. De acordo com Flávia Borja, o objetivo da ação era “reavaliar a classificação indicativa” da mostra, que atualmente é livre para todos os públicos. Ela também destacou que, em sua visão, algumas das peças apresentariam conteúdo considerado inapropriado para crianças.
Entre as obras mencionadas pelos parlamentares estão uma pintura de uma mulher em pose sensual com espartilho, outra que retrata uma figura feminina com os seios à mostra e uma terceira que faz referência ao sexo seguro e à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Em nota oficial, o CCBB-BH informou que a exposição segue as normas do Ministério da Justiça, que permitem a exibição de obras com nudez sem conotação sexual e violência apenas simbólica, classificando-as como livres. O centro cultural ressaltou ainda que o projeto visa valorizar a liberdade de expressão e promover a diversidade artística, princípios assegurados pela Constituição Federal.
A exposição “Fullgás” apresenta produções que abordam o contexto do fim da ditadura militar e o processo de redemocratização do Brasil, entre os anos de 1964 e 1985. O conjunto de obras reúne reflexões sobre o papel da arte e da cultura nesse período histórico.
Após a visita dos vereadores e a intervenção das forças de segurança, a direção do CCBB decidiu restringir o acesso à mostra para maiores de 18 anos, até nova avaliação da classificação indicativa.
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