A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, responsável por apurar fraudes em descontos de benefícios previdenciários, ampliou nesta quinta-feira (9/10) suas ações de investigação ao aprovar a quebra dos sigilos bancário e fiscal de pessoas vinculadas ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). O sindicato é alvo da Polícia Federal (PF) desde esta manhã e também está sob análise da comissão por sua ligação com José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante a sessão, a CPMI ouviu o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, que teve garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, o direito de permanecer em silêncio diante das perguntas e de ser acompanhado por sua defesa durante o depoimento.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou a decisão do STF, classificando-a como um “movimento de blindagem” de pessoas próximas ao governo federal. Segundo ele, a medida dificulta a obtenção de informações essenciais para as investigações e prejudica o andamento da CPI.
Além das quebras de sigilo, a comissão aprovou novos requerimentos de investigação, incluindo pedidos de informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações suspeitas. Também foram aprovadas convocações de outros envolvidos na apuração, como o lobista Danilo Trento, Eric Fidelis e Anne Carolline Wilians Vieira.
A ampliação das diligências reflete a intenção da CPI de aprofundar as investigações sobre possíveis irregularidades no INSS e rastrear transações financeiras de indivíduos e entidades suspeitas, enquanto analisa a relação política de alguns alvos com membros do governo federal.
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