O Ministério da Saúde confirmou neste sábado (4) que o Brasil contabiliza 195 notificações de possíveis intoxicações por metanol, associadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Desse total, 14 casos foram confirmados em laboratório e outros 181 permanecem sob investigação em diferentes estados. São Paulo concentra a maioria das ocorrências, com 162 registros — 14 confirmados e 148 em análise.
As informações foram repassadas pelas secretarias estaduais de saúde ao governo federal e atualizadas até as 16h deste sábado. O boletim também aponta 13 mortes notificadas, sendo uma confirmada em São Paulo e outras 12 em investigação — sete em São Paulo, três em Pernambuco, uma na Bahia e uma no Mato Grosso do Sul. Mais cedo, a Secretaria da Saúde paulista confirmou uma segunda morte relacionada à ingestão de metanol, envolvendo um homem de 46 anos, o que pode elevar o total nacional de óbitos confirmados.
Além de São Paulo, os estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Piauí registraram os primeiros casos suspeitos. O avanço dos números acendeu o alerta em todo o país e intensificou as ações de fiscalização e vigilância sanitária. O metanol, utilizado indevidamente por falsificadores para baratear a produção de bebidas, é um álcool industrial altamente tóxico. Mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira irreversível, falência de órgãos e morte.
Diante do cenário, o Ministério da Saúde anunciou novas medidas emergenciais. A pasta confirmou a compra de 1,2 mil ampolas adicionais de etanol farmacêutico, um dos antídotos usados no tratamento de intoxicação por metanol, e iniciou negociações para aquisição de novas doses a fim de reforçar o estoque do Sistema Único de Saúde (SUS).
Paralelamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entrou em contato com fabricantes internacionais para garantir o fornecimento de fomepizol, considerado o antídoto mais eficaz contra os efeitos do metanol. Como o medicamento não é produzido nem comercializado no Brasil, o governo busca viabilizar sua importação com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O ministério reforça que pessoas que apresentem sintomas como tontura, visão turva, sonolência, náuseas ou desconforto intenso entre 12 e 24 horas após consumir bebida alcoólica devem procurar atendimento médico imediato. O tratamento precoce é fundamental para evitar complicações graves e preservar a vida.
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