Após a rejeição do Projeto de Lei que previa a gratuidade do transporte coletivo por ônibus em Belo Horizonte, integrantes do movimento Tarifa Zero classificaram a decisão da Câmara Municipal como a perda de uma “oportunidade histórica” para a cidade. O texto foi barrado na última sexta-feira (3), quando 30 vereadores votaram contra a proposta e apenas dez se manifestaram a favor. Para avançar em segundo turno, seriam necessários 28 votos favoráveis.
O professor da UFMG e integrante do movimento, Roberto Andrés, afirmou que a capital mineira poderia se tornar pioneira entre as grandes cidades brasileiras na adoção da tarifa zero. Ele ressaltou que o projeto foi embasado em estudos técnicos e discutido em comissões, mas teria enfrentado forte resistência de empresas do setor e articulações políticas no Executivo municipal. “Mesmo com a validação de especialistas e a análise criteriosa nas comissões, houve pressão das concessionárias e influência direta do prefeito Álvaro Damião na votação”, disse.
Segundo Andrés, experiências em cidades que já adotaram a gratuidade demonstram resultados positivos, como a redução do tráfego, o fortalecimento do comércio local e a ampliação da circulação de pessoas. Ele destacou ainda que medidas desse tipo contribuem para democratizar o acesso ao transporte e melhorar a qualidade de vida da população.
A vereadora Iza Lourença (Psol), autora do projeto, também criticou a postura do Executivo municipal e lamentou o resultado da votação. Para ela, a proposta representava um avanço nas políticas públicas de mobilidade urbana.
Informações: Hoje em Dia
Mín. 18° Máx. 26°