Dois homens acusados de matar Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, em março deste ano, em Belo Horizonte, serão julgados por júri popular. A decisão foi confirmada nesta sexta-feira (3) pela 1ª Sumariante do Tribunal do Júri da Comarca da capital mineira. A data do julgamento e os nomes dos jurados ainda não foram definidos. A prisão preventiva dos acusados permanece mantida.
Conforme a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, os réus cometeram cinco crimes: feminicídio por motivo torpe e meios que dificultaram a defesa da vítima, vilipêndio de cadáver, abuso de animal doméstico, ocultação de cadáver e furto qualificado. De acordo com o documento, um dos acusados teria matado Clara após ser cobrado por uma dívida de R$ 400, enquanto o outro concordou em ajudar no crime após ser repreendido publicamente pela vítima por fazer apologia ao nazismo.
O Ministério Público destaca ainda que os réus demonstravam desprezo pela vítima em razão de seu gênero. Clara Maria, segundo a promotoria, era uma mulher independente, empoderada e dedicada ao trabalho, características que teriam motivado a hostilidade dos acusados.
Clara Maria Venâncio Rodrigues, skatista e designer, teve o corpo encontrado sob concreto em uma residência no bairro Ouro Preto, região da Pampulha. Após a prisão, um dos acusados confessou ter matado a jovem com um golpe de mata-leão, recebendo auxílio do outro na ocultação do cadáver.
O caso gerou repercussão por envolver violência motivada pelo gênero e pelo modo como a vítima foi tratada pelos acusados, reforçando a atenção das autoridades à prevenção de crimes de ódio e feminicídios na capital mineira.
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