A Polícia Civil divulgou nesta terça-feira (23) detalhes do depoimento da delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, de 43 anos, à corporação, prestado no dia 11 de agosto, data em que seu marido, Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte. O sigilo do caso foi quebrado, tornando públicas as informações da oitiva.
Segundo o relato da delegada, Renê não apresentava comportamento agressivo, não fazia uso de drogas ilícitas e tampouco consumia bebidas alcoólicas. Ela explicou que mantinha suas armas pessoais guardadas em um local elevado dentro do escritório da residência, acreditando que, por ser casada com Renê, ele poderia ter conhecimento do paradeiro dos armamentos, sem poder confirmar com certeza.
A delegada reforçou que jamais presenciou o marido manuseando suas armas e que não autorizou, cedeu ou emprestou qualquer armamento a ele. O advogado de Ana Paula também declarou que a servidora não compactuou com a conduta ilícita e não tentou influenciar ou obstruir as investigações.
O crime ocorreu após Renê se irritar com a presença do caminhão de lixo em que Laudemir trabalhava, que teria atrapalhado a passagem de seu veículo em uma rua estreita. Após efetuar os disparos, o suspeito seguiu sua rotina normalmente, incluindo ida ao trabalho, passeio com os cães e prática de exercícios em uma academia de alto padrão na Zona Oeste, onde foi preso horas depois.
Renê Júnior foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, ameaça, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual. Imagens divulgadas posteriormente mostram o suspeito manuseando armas, exibindo armamentos dentro do carro e utilizando o distintivo da delegada.
Em relação à delegada, a Polícia Civil a havia indiciado por permitir o uso de sua arma no crime e por prevaricação. Contudo, o Ministério Público de Minas Gerais decidiu não apresentar denúncia contra Ana Paula Balbino.
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