O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou nesta segunda-feira (22) Matteos França, de 32 anos, acusado de assassinar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana, de 56. Segundo a denúncia, o réu deverá responder por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual, podendo receber uma condenação que ultrapassa 40 anos de prisão.
De acordo com o promotor de Justiça Cláudio Barros, o crime foi classificado como bárbaro e cometido em contexto de violência doméstica. Ele explicou que, desde 2024, o feminicídio deixou de ser apenas uma qualificadora do homicídio e passou a constituir um tipo penal autônomo, com pena prevista entre 20 e 40 anos de reclusão. Nesse caso, a condenação pode ser ampliada em até cinco anos em razão dos outros crimes imputados.
A denúncia aponta que Matteos teria matado a mãe e, em seguida, tentado despistar as investigações ao registrar ocorrência como se não soubesse do paradeiro da vítima. Ele ainda chegou a se mostrar colaborativo nas buscas e participou de um evento na Serra do Cipó pouco depois do crime, comportamento considerado pela acusação como demonstração de frieza.
Além do feminicídio, o MPMG acusa o réu de fraude processual, ao tentar enganar a polícia sobre as circunstâncias do desaparecimento, e de ocultação de cadáver. Segundo o órgão, Soraya já vinha sofrendo episódios de violência psicológica e patrimonial praticados pelo filho, que estaria endividado por gastos com jogos online e exigia apoio financeiro constante da mãe.
O processo será encaminhado ao Primeiro Tribunal do Júri de Belo Horizonte, que deve marcar a audiência de instrução com depoimentos de testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Após essa fase, caberá ao juiz decidir se Matteos França irá a júri popular.
Atualmente, o acusado permanece preso preventivamente, à disposição da Justiça. O caso mobiliza a comunidade acadêmica e familiar da professora Soraya Tatiana, que pedia ajuda contra as pressões sofridas antes do desfecho trágico.
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