Uma estudante de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de 20 anos, denunciou ter sido vítima de importunação sexual na noite da última quinta-feira (18), no Centro de Belo Horizonte. O episódio ocorreu por volta das 22h30, na avenida João Pinheiro, em frente a uma agência bancária, enquanto a jovem aguardava o ônibus para retornar para casa.
Segundo o relato da vítima, o agressor, que aparentava ter entre 40 e 50 anos, a seguiu e passou a se masturbar em público, direcionando o ato a ela. Assustada, a estudante pediu ajuda a outro homem que estava no ponto de ônibus, momento em que o suspeito fugiu em direção à rua Timbiras. A Polícia Militar foi acionada e chegou ao local pouco depois, mas não conseguiu localizar o homem.
A jovem registrou ocorrência pouco depois da meia-noite na 2ª Delegacia de Polícia Civil, próxima à rodoviária. O boletim de ocorrência descreve o suspeito como branco, de cabelo curto e claro, sem barba, vestindo calça jeans bege, camisa polo azul com inscrição nas costas e carregando uma bolsa masculina. Uma testemunha de 21 anos, que também aguardava no ponto de ônibus, acompanhou a estudante no registro da denúncia.
Determinada a identificar o agressor, a estudante busca agora imagens das câmeras de segurança da região, que podem ter registrado a ação. De acordo com ela, câmeras instaladas em agências bancárias próximas podem fornecer evidências que ajudem na investigação. O crime denunciado é tipificado no artigo 215-A do Código Penal como importunação sexual, que prevê pena de um a cinco anos de reclusão.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais após a vítima publicar um vídeo relatando o episódio. A publicação alcançou mais de 1,6 milhão de visualizações em um dia, gerando uma onda de solidariedade e novos relatos de mulheres que afirmam ter sido vítimas do mesmo homem na região. “Ouvi relatos de que ele já estaria agindo no Centro há pelo menos dois meses”, disse a estudante.
A Polícia Civil informou que investiga a autoria e as circunstâncias do crime. Até o momento, ninguém foi preso. A Polícia Militar não se manifestou até a publicação desta matéria.
Especialistas apontam que episódios como esse reforçam a sensação de insegurança entre mulheres que circulam pela cidade. Para Luciana Andrade, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem/UFMG), o caso é reflexo de um problema estrutural. “É uma situação que limita a liberdade de ir e vir das mulheres e que se sustenta em uma cultura que naturaliza a violação de seus corpos”, afirmou.
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