O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), João Paulo Martins, foi exonerado do cargo após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de mineração ilegal, corrupção e lavagem de dinheiro em áreas de preservação ambiental no estado. A decisão foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais nesta quinta-feira (18/9), e o diretor de Planejamento, Gestão e Finanças, Edwilson Martins, foi nomeado para assumir interinamente a presidência do órgão.
A investigação aponta que João Paulo teria facilitado concessões ambientais a mineradoras, com articulação de Débora Maria Ramos do Nascimento França, ex-superintendente do Iphan em Minas Gerais, permitindo a exploração em áreas tombadas sem cumprir todas as exigências legais. Entre os casos citados está a autorização para a empresa Fleurs minerar na Serra do Curral, considerada área de proteção ambiental, sem a apresentação de estudos obrigatórios.
A operação, denominada "Rejeito", foi deflagrada nesta quarta-feira (17/9) e tem como objetivo desarticular uma organização criminosa bilionária especializada em mineração ilegal. Estima-se que o prejuízo potencial do esquema ultrapasse R$ 18 bilhões, com lucro líquido projetado para os envolvidos em cerca de R$ 9,5 bilhões. Na ação, foram bloqueados bens avaliados em R$ 1,5 bilhão. A PF identificou que o grupo utilizava mais de 42 empresas, muitas de fachada, e se estruturava em núcleos com funções específicas, incluindo liderança estratégica, núcleo administrativo-financeiro e corrupção de agentes públicos de órgãos como FEAM, IBAMA, IEF e ANM.
Até o momento, nem as empresas envolvidas nem os investigados se manifestaram. A ANM afirmou que não foi comunicada oficialmente sobre medidas envolvendo servidores ou dirigentes e reiterou seu compromisso com a legalidade e transparência. O governo do Estado, por sua vez, se manifestou apenas por meio das exonerações dos servidores alvo da operação.
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