Uma mulher suspeita de participação no assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi presa na madrugada desta quinta-feira (18/9), em São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ela teria fornecido uma das armas usadas no ataque ocorrido em Praia Grande, no litoral paulista, na última segunda-feira (15/9).
A detida, cujo nome não foi divulgado, foi conduzida por policiais do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde de quarta-feira (17/9), por volta das 17h30. Após prestar depoimento durante várias horas, deixou a unidade já de madrugada, com o rosto coberto, e foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito antes de seguir para uma delegacia no Cambuci, na região central da capital.
De acordo com as investigações, a mulher seria namorada de um dos homens apontados como integrantes do grupo que emboscou o ex-delegado. Ela teria ido até a Baixada Santista para buscar um fuzil utilizado na execução. A polícia já cumpriu pelo menos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e da Grande São Paulo ligados aos suspeitos.
O crime ocorreu no fim da tarde de segunda-feira, quando o carro de Ruy Ferraz Fontes, que atuava como secretário de Administração de Praia Grande, foi atingido por 29 disparos de fuzil. Câmeras de segurança registraram a emboscada em uma avenida movimentada, mostrando o momento em que o veículo do ex-delegado tentou escapar e colidiu com dois ônibus. Pelo menos três homens encapuzados e com coletes à prova de balas desceram de outro automóvel e atiraram contra ele, que morreu no local.
A investigação trabalha com duas hipóteses para a motivação do crime: uma possível retaliação ao trabalho desempenhado por Fontes na administração municipal ou uma resposta de facções criminosas à sua trajetória como delegado, período em que foi o primeiro a investigar o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o Ministério Público de São Paulo, impressões digitais encontradas em um dos veículos utilizados no ataque já levaram à identificação de dois suspeitos, sendo que um deles possui histórico de passagem por uma ala prisional controlada pelo PCC. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) acompanha o caso em parceria com a Polícia Civil.
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