Profissionais da saúde realizaram, nesta terça-feira (16), uma mobilização em Belo Horizonte para denunciar casos de violência sofridos em hospitais e unidades de atendimento da capital. O ato, realizado em frente ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, contou com médicos, enfermeiros e servidores públicos e foi marcado pelo lema “Quem cuida merece respeito”.
De acordo com o superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Carlos Calazans, a situação exige resposta imediata. Somente no primeiro semestre de 2025 foram registrados 603 episódios de agressão contra profissionais de saúde no estado, incluindo 66 casos de violência física. “Não podemos aceitar isso. Agressões verbais e físicas são crimes, e precisamos de medidas de proteção”, afirmou.
Calazans também se posicionou contra a possibilidade de retirada da Guarda Municipal dos Centros de Saúde, medida que, segundo ele, fragilizaria ainda mais os trabalhadores. Ele defendeu o apoio do governo estadual e da prefeitura para fortalecer a campanha e conscientizar a população de que falhas no atendimento não justificam agressões.
A vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais, Maria do Socorro Pacheco, destacou que os profissionais de enfermagem estão entre os mais atingidos. Para ela, o problema já deve ser tratado como questão de saúde pública. “A enfermagem é a linha de frente. Sofremos diretamente os efeitos da sobrecarga, do estresse de pacientes e familiares e da falta de recursos. Estamos sendo vítimas do próprio sistema”, declarou.
O tema será aprofundado em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (17). O encontro, organizado pela Comissão de Saúde, acontecerá às 9h no Auditório José Alencar e terá como foco a violência contra os trabalhadores da área, em especial os da enfermagem.
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