19°C 33°C
Lagoa Santa, MG
Publicidade

Medicamento experimental brasileiro pode ajudar na recuperação de movimentos em tetraplégicos

Derivado da placenta humana, fármaco desenvolvido pela UFRJ em parceria com laboratório nacional aguarda validação da Anvisa para dar início a testes clínicos oficiais

10/09/2025 às 16h00
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) trouxe esperança a pacientes com lesões graves na medula espinhal. O grupo desenvolveu, em parceria com o laboratório farmacêutico brasileiro Cristália, um medicamento experimental derivado da placenta humana, batizado de Polaminina. Embora ainda não autorizado para uso clínico e sem validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os primeiros resultados apontam para a possibilidade de recuperação de movimentos em pessoas com diagnóstico de paraplegia ou tetraplegia.

O princípio ativo do fármaco é a laminina, molécula estudada há décadas pela professora Tatiana Coelho de Sampaio. Presente em organismos primitivos, ela é responsável por funções essenciais de regeneração celular. A pesquisa mostrou que a substância pode contribuir tanto para a proteção de neurônios quanto para o estímulo à regeneração, abrindo caminho para novos tratamentos.

Desde 2018, seis pacientes com lesões completas foram submetidos ao medicamento, aplicado diretamente na medula espinhal em até seis dias após o trauma. Cinco deles apresentaram evolução significativa, passando do nível A, em que não há movimento nem sensibilidade, para o nível C, que permite alguma recuperação motora. Um dos casos mais emblemáticos foi o do jovem Bruno Drummond, que havia perdido totalmente os movimentos após um acidente de trânsito. Com o tratamento precoce e fisioterapia intensiva, ele conseguiu retomar a mobilidade e hoje voltou a caminhar.

Os pesquisadores ressaltam, no entanto, que ainda não existem respostas definitivas sobre a dosagem ideal, o tempo de duração dos efeitos ou a eficácia em lesões crônicas. Em alguns casos, como o da atleta Hawanna Cruz, que sofreu lesão medular três anos antes de iniciar o tratamento, houve ganhos importantes, embora menos abrangentes.

O entusiasmo com os resultados não elimina a necessidade de etapas regulatórias. A Anvisa informou que ainda não recebeu solicitação formal para a fase 1 dos testes clínicos, que visa avaliar a segurança da substância em um grupo reduzido de voluntários. Atualmente, a agência analisa informações complementares enviadas pela farmacêutica e reforça que, até o momento, não há evidências suficientes para atestar segurança e eficácia em larga escala.

Caso receba autorização, a fase inicial de testes deve incluir um número maior de participantes e avançar para etapas subsequentes, com estudos comparativos e acompanhamento mais amplo. A expectativa dos pesquisadores é que o processo até a eventual liberação do medicamento possa levar pelo menos três anos. Hospitais como o das Clínicas e a Santa Casa de São Paulo já manifestaram interesse em participar dos estudos, caso sejam aprovados.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Lagoa Santa, MG
31°
Tempo limpo

Mín. 19° Máx. 33°

29° Sensação
1.54km/h Vento
13% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
05h56 Nascer do sol
05h49 Pôr do sol
Qui 33° 14°
Sex 35° 15°
Sáb 28° 17°
Dom 25° 15°
Seg 25° 16°
Atualizado às 18h04
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,40 -0,55%
Euro
R$ 6,32 -0,65%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 651,823,03 +2,15%
Ibovespa
142,348,70 pts 0.52%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade