Uma operação da Receita Estadual de Minas Gerais, realizada nesta sexta-feira (5), resultou no fechamento de uma fábrica clandestina de sabão em pó em São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste do estado. No local, 19 trabalhadores foram encontrados atuando em condições precárias, entre eles três crianças. A ação contou com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar e integra a operação “Sabão Encardido”, que desde 2024 já fechou 14 estabelecimentos semelhantes.
De acordo com o balanço da fiscalização, foram apreendidas 55 toneladas de produtos falsificados, embalados em réplicas quase idênticas às da marca líder do mercado. As mercadorias estavam distribuídas em 33 bags de uma tonelada, além de milhares de caixas de diferentes tamanhos, todas prontas para serem comercializadas em diversos estados, incluindo Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.
O delegado fiscal da Receita Estadual em Divinópolis, Montovany Ângelo de Faria, explicou que essas fábricas funcionam de forma rudimentar, em pequenos galpões onde o sabão já chega pronto de indústrias ainda não identificadas. Os trabalhadores, segundo ele, apenas realizam o empacotamento do produto falsificado. Apesar de receberem entre R$ 200 e R$ 300 por dia, não havia condições mínimas de segurança ou estrutura adequada para a atividade.
Com a presença de menores entre os empregados, o Ministério do Trabalho e Emprego foi acionado e classificou a situação como crime de trabalho infantil. Todos os trabalhadores foram ouvidos pela Polícia Civil.
As investigações também apontam que os produtos falsificados eram comercializados em centros de distribuição como o Ceasa, em Contagem, além de supermercados de diferentes estados. Para Montovany, a prática difere de outras falsificações comuns na região, como calçados, já que no caso do sabão em pó até os consumidores e supermercadistas acabam sendo enganados ao pagar preço de produto original por uma mercadoria de qualidade inferior.
A Receita Estadual já contabiliza mais de 500 toneladas de sabão em pó apreendidas desde o início da operação. Todo o material será destruído nos próximos dias, por não oferecer garantias de segurança para uso. Nenhum responsável pelo galpão foi encontrado no momento da fiscalização, e as investigações continuam para identificar a indústria responsável por fornecer o produto às fábricas clandestinas.
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