As exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma queda significativa em agosto de 2025, totalizando US$ 2,762 bilhões, o que representa uma retração de 18,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O recuo ocorre após a implementação do chamado “tarifaço” pelo governo norte-americano, que passou a cobrar 50% de taxa sobre determinados produtos importados do Brasil.
Apesar do impacto em agosto, os números acumulados ao longo de 2025 indicam crescimento nas vendas brasileiras para os EUA. Entre janeiro e agosto, as exportações somaram US$ 26,576 bilhões, uma alta de 1,6% em comparação ao mesmo período de 2024. Por outro lado, as importações brasileiras dos Estados Unidos aumentaram 4,6% em agosto, totalizando US$ 3,994 bilhões, elevando o acumulado do ano para US$ 29,970 bilhões, com crescimento de 11,4%.
Enquanto as vendas para o mercado norte-americano recuaram, o comércio brasileiro com a China apresentou desempenho oposto. Em agosto, as exportações cresceram 29,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, “observamos uma recuperação expressiva, especialmente considerando a redução de preços que vinha afetando as vendas ao longo do ano”.
No acumulado de 2025, porém, o saldo anual ainda apresenta uma leve retração de 3% nas exportações para a China, causada pela queda de 7% nos preços dos produtos. Em volume, entretanto, a demanda chinesa pelo Brasil cresceu 3%.
Outros mercados também registraram variações relevantes em agosto. As vendas para a União Europeia recuaram 11,9%, enquanto o comércio com México (43,8%), Argentina (40,4%) e Japão (7,6%) apresentou aumento considerável, refletindo diversificação e ampliação de parcerias comerciais brasileiras.
O cenário aponta para uma reorganização do comércio exterior brasileiro, que precisa lidar com barreiras tarifárias em determinados mercados enquanto aproveita oportunidades em outros países, especialmente na Ásia e na América Latina.
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