Minas anuncia R$ 203 milhões em ações de prevenção à dengue e outras arboviroses

O governo de Minas Gerais anunciou um pacote de R$ 203 milhões para ações de prevenção e enfrentamento das arboviroses no próximo período chuvoso, que vai de outubro a março. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, durante a Jornada Mineira de Enfrentamento às Arboviroses, realizada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.

Segundo Baccheretti, do total anunciado, R$ 120 milhões serão repassados aos municípios para contratação de profissionais de saúde, compra de insumos e organização do atendimento às vítimas. O restante dos recursos será destinado a consórcios municipais, laboratórios e projetos de monitoramento, como o uso de drones e equipamentos de borrifação de inseticida, conhecidos popularmente como “fumacê”. A descentralização dessas ferramentas busca acelerar o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, principal vetor das doenças.

O secretário alertou para um cenário desafiador em 2025, com a circulação simultânea de três sorotipos de dengue, o que aumenta a chance de formas graves da doença. Em 2024, Minas registrou mais de 1,6 milhão de casos de dengue, com destaque para o Triângulo Mineiro, região mais próxima de São Paulo, que teve alta incidência dos sorotipos 2 e 3. A preocupação é que essas variantes se espalhem para outras áreas do estado, aumentando o risco de reinfecção.

Além do combate ao mosquito, a SES-MG reforça a importância da vacinação, disponível para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. O governo estadual pretende ampliar a cobertura e aguarda a construção de uma fábrica de vacinas que permitirá a produção de doses adicionais, incluindo uma versão de dose única prevista para o próximo ano.

Até o momento, o boletim epidemiológico de 2025 registra 99.047 casos confirmados de dengue, com 116 mortes; 12.822 casos de Chikungunya, com quatro óbitos confirmados; 20 casos de Zika confirmados; e 1.367 casos de Febre Oropouche, sem registros de morte. As ações de prevenção e o engajamento da população são considerados essenciais para minimizar os impactos das arboviroses durante o período de maior risco.