Três investigadores da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) estão sob investigação por suspeita de integrarem uma milícia armada voltada a beneficiar empresários ligados ao setor de mineração em Teixeiras, na Zona da Mata. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o esquema teria movimentado mais de R$ 30 milhões ao longo de cerca de cinco anos. A operação que apura o caso foi deflagrada na última quinta-feira (4).
As apurações são conduzidas pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do MPMG. Segundo os investigadores, empresas de fachada em nome de terceiros foram criadas para ocultar ganhos ilícitos e mascarar a atuação dos envolvidos. Além de movimentações financeiras suspeitas, as empresas prestariam serviços clandestinos de segurança privada, utilizando inclusive recursos do Estado.
O Ministério Público também apontou indícios de que um assessor parlamentar intermediava pagamentos de propina a policiais civis, enquanto empresários locais desempenhavam papel central no esquema. Há suspeitas ainda da prática de usura, lavagem de capitais e contratos fraudulentos firmados com o município de Teixeiras, o que teria contribuído para a formação de um “poder paralelo” na região, baseado em ameaças e violência.
Além dos três policiais civis, são investigados um assessor parlamentar, três empresários, um contador, um ex-escrivão, um profissional autônomo e uma profissional da área ambiental.
A operação contou com sete promotores de Justiça, quatro delegados e aproximadamente 70 policiais civis, além de servidores do MPMG. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, três de afastamento de funções públicas e de suspensão de porte e posse de armas, além de ordens de monitoramento eletrônico e bloqueio de bens.
As ações se estenderam a Teixeiras, Viçosa, Ponte Nova, Rio Casca, Pedra do Anta e Belo Horizonte. Entre os materiais recolhidos, estavam armas de fogo, equipamentos eletrônicos, documentos, aproximadamente R$ 106 mil em espécie e 740 folhas de cheque.
As investigações seguem em andamento e os órgãos de controle destacam que, até a conclusão do processo, todos os envolvidos são tratados como suspeitos.
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