Minas Gerais entrou em estado de alerta para um possível agravamento da epidemia de dengue. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que três sorotipos diferentes do vírus podem circular de forma simultânea nos próximos meses, o que eleva o risco de casos graves da doença. O cenário foi apresentado nesta quarta-feira (4) pelo secretário Fábio Baccheretti, que destacou a necessidade de antecipar as medidas de enfrentamento.
Segundo dados do boletim epidemiológico mais recente, o estado já soma 99.047 casos confirmados e 116 mortes em 2025. Para tentar reduzir os impactos, o governo estadual anunciou um investimento de mais de R$ 200 milhões, com foco na preparação dos municípios, no fortalecimento da rede laboratorial e no monitoramento do Aedes aegypti.
Do total, R$ 120 milhões serão destinados diretamente às cidades para estruturar respostas rápidas em situações de emergência. Outros R$ 35 milhões irão para consórcios de saúde, responsáveis pela operação de veículos de aspersão de inseticidas, enquanto R$ 27 milhões serão aplicados na modernização dos laboratórios.
O secretário alertou que a circulação simultânea de três sorotipos aumenta a probabilidade de reinfecção em curto espaço de tempo, condição que favorece o desenvolvimento de formas graves, como a dengue hemorrágica. “Temos indicativos de que será um ano muito difícil. O vírus está presente em diferentes regiões, e a população precisa reforçar os cuidados para eliminar criadouros dentro das residências”, afirmou Baccheretti.
A preocupação é maior no Triângulo Mineiro, que no último ano registrou um aumento expressivo de casos devido à introdução dos sorotipos 2 e 3. A expectativa é de que o vírus avance para outras regiões do estado durante o período chuvoso.
Além da intensificação da limpeza de focos, o governo aposta em duas estratégias complementares: a vacinação, já disponível para crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos, e a liberação de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, capazes de impedir a transmissão da dengue. Essa tecnologia será utilizada a partir de dezembro, com produção feita em biofábrica construída com apoio da Fiocruz e recursos da Vale.
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