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Acusado de matar gari orientou delegada a entregar arma diferente à polícia

Conversas recuperadas pela polícia mostram pedido do suspeito à esposa, delegada da Polícia Civil, para entregar outra arma em seu lugar; defesa e família da vítima se manifestam.

04/09/2025 às 09h00
Por: Bianca Guimarães
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Foto: REPRODUÇÃO/INQUÉRITO
Foto: REPRODUÇÃO/INQUÉRITO

O inquérito sobre o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, ganhou novos desdobramentos nesta quarta-feira (3), com a divulgação de mensagens trocadas entre o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, e sua esposa, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamêgo Balbino. O material foi obtido pelos investigadores do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) e revela uma tentativa do acusado de induzir a companheira a entregar aos policiais uma arma diferente da utilizada no crime.

Segundo a investigação, após o homicídio, ocorrido após uma discussão de trânsito, Renê enviou mensagens pedindo que Ana Paula entregasse uma pistola calibre 9mm, de propriedade dela, em vez da pistola .380, que ele teria utilizado no disparo contra a vítima. “Entrega a nove milímetros. Não pega a outra”, escreveu o suspeito, que posteriormente confessou o crime. A delegada, no entanto, não respondeu às mensagens nem atendeu ao pedido do marido.

O empresário foi preso em uma academia de luxo, em Belo Horizonte. Pouco antes da detenção, chegou a enviar um áudio para a esposa informando sobre a abordagem policial e solicitando sua presença. Já sob custódia, reforçou o pedido sobre a troca da arma, mas em seguida enviou uma última mensagem negando envolvimento: “Estava no lugar errado, na hora errada. Amor, eu não fiz nada”.

A defesa da família de Laudemir classificou os novos elementos como reforço às provas já colhidas. Em nota, o advogado Tiago Lenoir destacou que o caso evidencia tentativas de interferência nas investigações e cobrou rigor na apuração da conduta da delegada. Segundo ele, a omissão de Ana Paula pode caracterizar prevaricação, favorecimento pessoal ou condescendência criminosa. “Não descansaremos até que todos os responsáveis, por ação ou omissão, sejam punidos com o rigor da lei”, afirmou.

Já a defesa de Renê, representada pelo advogado Bruno Silva Rodrigues, informou que só se manifestará após análise do Ministério Público de Minas Gerais sobre a denúncia e o pedido de reconstituição do crime. Ele também destacou que os dados de mensagens e vídeos extraídos do celular devem permanecer restritos ao processo, em respeito às garantias constitucionais.

Renê pode responder por homicídio qualificado, porte ilegal de arma e ameaça, com penas que podem chegar a 35 anos de prisão. A delegada Ana Paula, por sua vez, poderá ser responsabilizada por crimes relacionados à sua omissão, além de perder o cargo público caso seja condenada. A Polícia Civil ainda não se pronunciou oficialmente sobre as revelações mais recentes.

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