Operação Agosto Lilás prende 432 homens por violência contra mulheres em Minas Gerais

Durante todo o mês de agosto, a operação Agosto Lilás 2025, conduzida pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), resultou na prisão de 432 homens suspeitos de violência contra mulheres. Entre eles, 198 tinham mandados de prisão em aberto, enquanto 234 foram detidos em flagrante. Cinco menores também foram apreendidos no período, que contou com cerca de 5.000 ações em todas as 19 regionais do estado.

A região metropolitana de Belo Horizonte concentrou o maior número de prisões, com 32 casos. Ao longo da operação, 12 armas de fogo foram apreendidas, geralmente utilizadas para ameaçar as vítimas. Segundo a major Layla Brunnela, chefe de jornalismo da PMMG, a estratégia envolveu o cruzamento de dados das forças de segurança para localizar suspeitos de maneira direcionada. “Nosso panorama é positivo. Tivemos um filtro mais apurado e um direcionamento maior do policiamento, o que aumentou significativamente o número de prisões em relação ao ano passado”, destacou.

Além das detenções, aproximadamente 3.000 suspeitos de violência doméstica foram abordados e 1.400 visitas preventivas foram realizadas, tanto a vítimas quanto a autores, com o objetivo de evitar a reincidência e o agravamento das situações. A operação contou ainda com a parceria da Polícia Federal, garantindo acesso a bancos de dados estratégicos.

Em Minas Gerais, os casos de feminicídio continuam altos: em 2024, o estado registrou 133 crimes, segundo o Mapa da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocupando o segundo lugar no país nesse tipo de ocorrência. A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou a importância da adesão do estado ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, que possibilita o envio de recursos para ações de combate à violência de gênero. Até o momento, o governo estadual informou que a adesão ao pacto ainda está em análise pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).

A major Layla Brunnela reforçou a importância de que mulheres denunciem casos de ameaça ou violência doméstica pelo telefone 190. “Quanto mais rápida a denúncia, mais rápida é a nossa ação. Trazer essa mulher com a certeza de que ela será amparada é fundamental”, concluiu.