A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS solicitou, nesta quarta-feira (27), acesso a inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) para consolidar informações sobre desvios bilionários na Previdência Social. A solicitação foi feita pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), presidente e relator da comissão, durante reunião com o ministro André Mendonça.
Segundo Viana, o acesso aos documentos é fundamental para confrontar depoimentos e esclarecer responsabilidades. O STF se comprometeu a disponibilizar material não sigiloso e não relacionado a investigações em andamento conduzidas pela Polícia Federal, com previsão de que parte significativa dos documentos esteja disponível em até 60 dias.
A CPMI pretende ouvir ex-ministros da Previdência, ex-presidentes do INSS e dirigentes de associações e sindicatos, promovendo acareações para identificar inconsistências e omissões nas informações prestadas. “O confronto de informações é essencial para acelerar a identificação de responsabilidades em um esquema que atinge cantos inimagináveis da estrutura previdenciária”, afirmou Viana.
Os parlamentares destacaram que a investigação seguirá sem blindagens políticas, incluindo a possibilidade de ouvir parentes de autoridades e outros envolvidos de alto escalão. Gaspar reforçou que a comissão atuará de maneira independente e baseada em provas, sem considerar filiação política ou posição social.
O início dos trabalhos da CPMI ocorre em um contexto de tensão política, com a base governista buscando reorganização nos bastidores após perder a disputa pela presidência e relatoria do colegiado. As sessões acontecerão às segundas-feiras, às 16h, e quintas-feiras, a partir das 9h, com algumas ocorrendo em caráter sigiloso.
Analistas destacam que o avanço da CPMI pode impactar a narrativa do governo e da oposição, ao mesmo tempo em que testa a capacidade do Congresso de atuar de forma técnica e transparente. A comissão planeja ampliar convocações, confrontar provas da Polícia Federal e realizar acareações estratégicas para mapear o destino dos recursos desviados.
O objetivo final é fornecer respostas concretas à sociedade sobre os responsáveis pelas fraudes e assegurar a integridade das investigações. Gaspar concluiu que a CPMI seguirá com independência total, pautando convocações e acareações conforme necessário para elucidar o caso.
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