Belo Horizonte deverá inaugurar, no primeiro trimestre de 2026, a Casa da Mulher Brasileira, equipamento público voltado ao atendimento de mulheres vítimas de violência. A previsão foi confirmada pela ministra das Mulheres, Márcia Lopes, durante visita às obras no bairro União, na região Nordeste da capital, nesta quarta-feira (27). O prefeito Álvaro Damião acompanhou a inspeção.
A proposta é oferecer um espaço único, com atendimento multiprofissional, onde diferentes órgãos e serviços estarão reunidos para reduzir o desgaste das vítimas, que hoje precisam relatar suas histórias repetidas vezes em diferentes instituições. No local, haverá integração de setores do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e também serviços nas áreas de saúde, assistência social, educação, trabalho e habitação.
De acordo com o prefeito Álvaro Damião, a criação da Casa busca garantir um acolhimento mais humanizado. “Queremos evitar o sofrimento adicional de ter que repetir várias vezes o que aconteceu. Aqui, a vítima terá todos os cuidados necessários em um só espaço, desde a chegada até a saída”, disse.
A iniciativa integra o programa federal Mulher Viver sem Violência, do Ministério das Mulheres. A pasta ficará responsável pela manutenção do espaço nos dois primeiros anos de funcionamento, após os quais a gestão passará a ser assumida pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Além da capital mineira, a ministra Márcia Lopes destacou que outras cidades do estado também estão em processo de implantação de estruturas semelhantes. Em Juiz de Fora, a construção de uma unidade já foi iniciada, enquanto Ribeirão das Neves conta com um Centro de Referência, de menor porte, mas com a mesma finalidade. “Essa rede assegura que as mulheres tenham acesso ao apoio necessário para proteger sua integridade e romper o ciclo de violência”, afirmou.
A ministra ressaltou ainda que o projeto busca garantir condições para que mulheres se sintam mais seguras em denunciar agressões. “Muitas vezes, o silêncio é resultado da ausência de suporte. Esse espaço representa o direito das mulheres a uma vida íntegra e protegida”, disse.
Atualmente, Belo Horizonte já conta com o Centro Especializado de Atendimento à Mulher – Benvinda, mantido pela Prefeitura. O serviço continuará em funcionamento mesmo após a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, complementando a rede de proteção às vítimas de violência.
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