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Novo transmissor da malária pode chegar ao Brasil, alerta estudo da USP

Pesquisa aponta que mosquito asiático já se espalha pela África e pode se adaptar a áreas urbanas brasileiras

27/08/2025 às 14h00
Por: Bianca Guimarães
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) indica que o Brasil pode estar na rota de introdução de uma nova espécie transmissora da malária, o mosquito Anopheles stephensi, originário da Ásia e atualmente presente em 14 países africanos. Diferente do Anopheles darlingi, predominante na região amazônica e restrito a áreas florestais, o Anopheles stephensi se reproduz em água parada encontrada em ambientes urbanos, como caixas d’água, pneus e recipientes domésticos, apresentando potencial de adaptação a cidades densamente povoadas.

De acordo com os pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) e do Grupo de Estudos em Saúde Planetária Brasil (SPBr), ambos do Instituto de Estudos Avançados (IEA), o transporte marítimo seria a principal via de dispersão da espécie. O mosquito pode ser transportado dentro de cargas ou mesmo em navios, chegando a eclodir durante a viagem e se estabelecer nos portos de desembarque, ligados a grandes centros urbanos. A dispersão também pode ocorrer por fluxos de ventos, como já observado em Mali, na África.

O coordenador do SPBr, André Luís Acosta, destaca que a detecção precoce do mosquito é essencial para evitar a urbanização da malária. “Se o clima é compatível e há locais adequados para reprodução, o risco de introdução e expansão aumenta significativamente”, afirma. O estudo utilizou modelagens climáticas com dados históricos e projeções até 2100, indicando que 40% da população mundial já vive em áreas adequadas para o vetor, percentual que pode subir para 56% até o final do século.

No Brasil, a malária é causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos por mosquitos do gênero Anopheles. Os sintomas incluem febre, fraqueza intensa, confusão mental, dificuldade respiratória e, em casos graves, risco de morte. A doença é mais frequente na região amazônica, abrangendo estados como Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Roraima, e o tratamento é gratuito e eficaz quando iniciado precocemente.

A pesquisa ressalta a necessidade de vigilância nos portos brasileiros, atualmente inexistente, para detectar o Anopheles stephensi antes que a espécie se estabeleça. Enquanto não há políticas públicas específicas, a população deve manter cuidados semelhantes aos já recomendados contra o Aedes aegypti, eliminando água acumulada em recipientes e mantendo o ambiente doméstico limpo.

A equipe da USP também propõe campanhas de conscientização, como a iniciativa Malária Global, para informar sobre os riscos da chegada do mosquito e orientar medidas preventivas.

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