O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, voltou a registrar episódios de tráfico de fauna e flora silvestres. Nas últimas semanas, diferentes animais foram resgatados durante o processo de inspeção de bagagens, em tentativas frustradas de transporte ilegal por passageiros.
Entre os casos mais recentes está a apreensão de corais marinhos e de um peixe embalado em sacos plásticos, que só foram identificados após passarem pelo raio-x do terminal. O material foi encaminhado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pelas medidas legais.
Segundo a concessionária BH Airport, episódios como esse não são isolados. Já foram interceptados, por exemplo, um jabuti escondido na cintura de um passageiro em cadeira de rodas, caranguejos-uçá transportados fora do período autorizado de captura e até uma cobra da espécie “corn snake”, encontrada em uma lixeira após ser abandonada por um viajante diante da fiscalização.
O aeroporto conta com o trabalho de agentes treinados para identificar práticas relacionadas ao tráfico ambiental. O biólogo Evandro Amato explica que a atuação vai além da busca por drogas e armas. “O olhar da inspeção foi ampliado para detectar crimes ambientais. O objetivo é garantir que a fauna e a flora não sejam exploradas ilegalmente”, afirma.
Desde 2022, o BH Airport faz parte do pacto global United for Wildlife, iniciativa apoiada pela Royal Foundation, do príncipe William, que reúne setores de transporte de diferentes países no combate ao tráfico de vida silvestre. A adesão possibilitou capacitação constante, campanhas de conscientização e parcerias diretas com o Ibama, que recebe os animais apreendidos.
De acordo com o Ibama, o tráfico de animais silvestres figura entre as principais ameaças à biodiversidade no Brasil, movimentando bilhões de reais todos os anos. A legislação prevê multas que podem ultrapassar R$ 5 mil por espécie apreendida, além de responsabilização criminal.
O CEO do BH Airport, Daniel Miranda, reforça o papel da fiscalização. “Cada ocorrência demonstra a relevância da vigilância permanente. A proteção da biodiversidade depende do esforço conjunto entre aeroportos, órgãos ambientais e sociedade”, destacou.
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