O pedido de asilo político ao governo da Argentina, ainda que em forma de minuta, foi apontado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como fator determinante para o reforço do policiamento na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão, tomada nesta terça-feira (26/8) pelo ministro Alexandre de Moraes, destaca que o documento encontrado no celular de Bolsonaro reforça o risco de tentativa de fuga diante do julgamento da Ap 2.668/DF, previsto para 2 a 12 de setembro na Primeira Turma do STF.
Segundo Moraes, elementos obtidos pela Polícia Federal indicam que Bolsonaro possuía um documento destinado a possibilitar sua saída do país. A decisão também cita ações do filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, no exterior, como indícios adicionais de que poderia haver intenção de evadir-se do território nacional.
O ministro determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal intensifique o monitoramento em tempo real das medidas cautelares impostas, preservando a privacidade do ex-presidente e evitando perturbações à vizinhança. O reforço de vigilância ocorreu após um ofício da Polícia Federal, encaminhado ao STF, destacando a necessidade de manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico na residência de Bolsonaro.
A defesa do ex-presidente, por sua vez, negou a existência de qualquer pedido formal de asilo, afirmando que o documento mencionado seria apenas um “rascunho antigo enviado por terceiros”, sem validade jurídica. Os advogados reforçaram que Bolsonaro tem cumprido integralmente as restrições impostas pelo STF, como a proibição de deixar o país e o uso de redes sociais, próprias ou de terceiros.
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