O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (25) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria a “única saída” para evitar a condenação de Jair Bolsonaro (PL) no julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. As declarações ocorreram durante um encontro com empresários promovido pelo grupo Esfera Brasil, em São Paulo.
Segundo Valdemar, a atuação do Supremo Tribunal Federal, em especial do ministro Alexandre de Moraes, tem restringido as opções de defesa de Bolsonaro. “O Trump é a única saída que nós temos. Não temos outra. Quando o poder judicial se comporta dessa maneira, é a pior coisa que existe para todo o país, porque você não tem para quem recorrer”, disse o dirigente partidário. Ele acrescentou que, em sua avaliação, o presidente norte-americano não perderá a disputa política travada contra Moraes: “É uma guerra, e eu não acho que o Trump vai perder.”
Valdemar não detalhou de que forma Trump poderia influenciar no processo, mas citou medidas já adotadas pelo republicano contra o Brasil quando esteve na presidência, como a tarifa de 50% sobre alguns produtos e a aplicação da chamada Lei Magnitsky contra Moraes. De acordo com ele, as ações foram motivadas pela proximidade entre Trump e Bolsonaro, que resistiu a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
No mesmo evento, o líder do PL também comentou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O parlamentar se mudou para o país em março, afirmando que não retornaria ao Brasil até que houvesse anistia para o pai e o afastamento de Moraes do STF. Para Valdemar, Eduardo “está fazendo a parte dele em defender o pai”, mas age de maneira independente, sem consulta ao partido.
O julgamento sobre a suposta trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro e outros sete acusados está marcado para começar em 2 de setembro no STF, com sessões previstas também para os dias 3, 9, 10 e 12. Bolsonaro encontra-se em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por descumprimento de decisão judicial que o proibia de usar redes sociais. O ex-presidente só pode sair de sua residência, em Brasília, mediante autorização de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até a manhã de quarta-feira (27) para se manifestar sobre as explicações apresentadas pela defesa do ex-presidente. O prazo de 48 horas começou a correr nesta segunda, após a entrega de um documento de 12 páginas com a versão de Bolsonaro. Nele, os advogados negam que o ex-presidente tenha descumprido medidas cautelares ou planejado deixar o país de forma irregular, como apontou a Polícia Federal. A análise da PGR será determinante para definir se as justificativas afastam ou reforçam as acusações.
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