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Assassinato de gari em BH: Justiça prorroga prazo de investigação por mais 10 dias

Polícia Civil aguarda dados da operadora Claro e da montadora BYD; suspeito confesso segue preso em Caeté enquanto inquérito é concluído

22/08/2025 às 08h00
Por: Bianca Guimarães
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A investigação sobre o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, ocorrido no último dia 11 de agosto em Belo Horizonte, terá mais dez dias de prazo para conclusão. A decisão foi tomada após pedido da Polícia Civil de Minas Gerais, que havia solicitado 30 dias, mas obteve período menor. O parecer favorável foi emitido nesta quinta-feira (21) pelo Ministério Público, que destacou a necessidade de celeridade no andamento do caso, já que o investigado está preso. O autor confesso do crime, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, permanece detido no presídio de Caeté, na Região Metropolitana da capital mineira.

Um dos pontos que ainda atrasam o encerramento do inquérito é a análise de informações solicitadas pela Justiça à operadora Claro e à montadora Build Your Dreams (BYD). As empresas devem fornecer dados sobre a movimentação do veículo usado por Renê no dia do crime, além de registros de velocidade, comandos de voz, rastreamento e ligações. Essas informações são consideradas fundamentais para esclarecer a dinâmica do ocorrido.

Durante depoimento prestado em 18 de agosto, Renê mudou a versão inicial e confessou ter atirado, alegando que não tinha a intenção de atingir alguém. Segundo o empresário, ele só teria descoberto a morte de Laudemir após ser preso. Ele afirmou que usou a arma de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino, sem o consentimento dela. O suspeito justificou que estava nervoso, pois havia mudado de rota para evitar trânsito. A narrativa, contudo, é contestada por testemunhas que estavam no local.

De acordo com relatos, a confusão começou quando um caminhão de coleta de lixo parou no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. O carro conduzido por Renê teria se aproximado em direção contrária, momento em que ele sacou a arma e ameaçou a motorista do veículo de coleta. Em seguida, efetuou o disparo que atingiu Laudemir na região torácica. A vítima ainda chegou a ser socorrida para o Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu. Testemunhas disseram que o empresário deixou o local de forma calma e com expressão de irritação. Pouco antes de ser alvejado, Laudemir teria dito: “Acertou em mim”.

Após o crime, Renê foi localizado no mesmo dia em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, onde foi preso sem oferecer resistência. A arma utilizada foi apreendida.

O advogado da família da vítima, Tiago Lenoir, confirmou que a prorrogação é positiva para evitar nulidades e garantir que todas as diligências sejam cumpridas, embora acredite que não será necessário o prazo máximo solicitado pela Polícia Civil. A expectativa é de que o inquérito seja finalizado em breve, permitindo que o processo avance para a fase judicial.

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