Um estudo realizado pela Fiocruz e pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) comprovou a eficácia da vacina contra dengue TAK-003, conhecida como Qdenga, em adolescentes. A pesquisa, conduzida durante a epidemia de dengue de 2024 no Brasil, que resultou em mais de seis mil mortes, foi publicada na revista científica The Lancet Infectious Diseases.
A vacina, aprovada pela Anvisa para pessoas de 4 a 60 anos e fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem aplicação atualmente voltada a adolescentes de 10 a 14 anos. Com base em mais de 92 mil testes realizados em São Paulo, a primeira dose demonstrou cerca de 50% de proteção contra casos sintomáticos e 67,5% de eficácia na prevenção de hospitalizações. Os pesquisadores destacam, porém, que a proteção diminui após 90 dias, indicando a necessidade de completar o esquema vacinal com duas doses.
O estudo utilizou o método “teste-negativo”, cruzando dados da vigilância epidemiológica com registros de vacinação, e confirmou a eficácia da Qdenga contra os sorotipos 1 e 2 do vírus da dengue, sendo o segundo associado a formas mais graves da doença. Dados do Ministério da Saúde mostram uma redução de 75,07% nos casos em relação a 2024, quando foram registradas 6.167 mortes, contra 1.584 neste ano. Entre os estados, o Acre apresentou aumento nos casos, enquanto a maioria das unidades federativas registrou queda.
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e apresenta maior incidência na temporada chuvosa, de outubro a maio. Fatores como urbanização rápida, falta de saneamento e condições climáticas contribuem para a proliferação do mosquito e a ocorrência de surtos, tornando a vacinação uma ferramenta importante de prevenção.
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