O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou na noite desta quarta-feira (20) à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório final da Polícia Federal que investiga supostas práticas ilícitas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). O inquérito acompanha ações contra o julgamento da ação penal em curso no Supremo que apura a tentativa de golpe de Estado.
Na decisão, Moraes determinou que o ex-presidente seja ouvido em até 48 horas para prestar esclarecimentos sobre suposto descumprimento de medidas cautelares, reiteração de condutas ilícitas e risco de fuga. O inquérito, registrado como número 4995, aponta que o grupo teria atuado para interferir na ação penal em que Bolsonaro e outros sete envolvidos respondem como réus, além de supostamente tentar pressionar instituições democráticas brasileiras para atender a interesses pessoais.
O relatório da PF indica que Eduardo Bolsonaro teria buscado junto a autoridades dos Estados Unidos a imposição de sanções contra agentes públicos brasileiros, alegando perseguição política ao pai. Segundo a investigação, ele também utilizou redes sociais em inglês para atingir o público internacional e interferir no andamento da Ação Penal 2668/DF, que tramita no STF.
Ainda de acordo com o documento, uma publicação do ex-presidente americano Donald Trump foi citada pelo parlamentar brasileiro em suas postagens, indicando que estaria atuando no exterior em prol de resultados que pudessem afetar autoridades e órgãos do Estado brasileiro.
Nesta quarta-feira (20), a Polícia Federal indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O relatório final, já encaminhado ao STF, concluiu que os investigados atuaram para obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual o ex-presidente é apontado como líder do grupo.
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