O pastor Silas Malafaia foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (20), em cumprimento a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida incluiu mandado de busca e apreensão e resultou na apreensão do celular do religioso no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
De acordo com informações da PF, a determinação foi expedida após manifestação da Procuradoria-Geral da República, que apontou indícios de que Malafaia teria atuado como orientador e auxiliar de ações atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A decisão estabelece que o pastor não poderá deixar o Brasil e teve seu passaporte cancelado, com obrigação de entregar o documento em até 24 horas. Além disso, foi proibido de manter contato com outros investigados em processos que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Segundo consta nos autos, a investigação identificou diálogos entre Jair Bolsonaro e Silas Malafaia a partir de 9 de julho deste ano, data do anúncio de tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos. O conteúdo, segundo a Polícia Federal, reforça a suspeita de envolvimento do pastor na organização e disseminação de estratégias voltadas à coação de autoridades do Judiciário e à difusão de informações consideradas inverídicas.
A análise feita pela PF descreve a atuação de Malafaia como livre e consciente, em alinhamento com os demais investigados, com o objetivo de sustentar narrativas e direcionar ações coordenadas que teriam como finalidade constranger ministros do STF. As suspeitas apontam que tais condutas buscariam impedir decisões contrárias aos interesses do grupo político envolvido.
Até o momento, a defesa do pastor não havia se manifestado publicamente sobre a decisão judicial. O caso segue em andamento no Supremo, com possibilidade de novas medidas determinadas pelo relator.
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