A Justiça de Minas Gerais converteu em prisão preventiva a detenção do policial penal de 45 anos suspeito de assassinar a namorada, a auxiliar administrativa Priscila Azevedo Mundim, de 46 anos, em Belo Horizonte. O crime ocorreu no último sábado (16), dentro de um apartamento no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste da capital. A decisão, expedida nesta segunda-feira (18) pela juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto, considerou a gravidade das agressões descritas no Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD) e a presença de indícios de feminicídio.
Segundo o documento, a vítima apresentava sinais de estrangulamento e múltiplas lesões provocadas por golpes no rosto, tórax, pernas e braços. Para a magistrada, o caso evidencia violência de gênero e a intenção do suspeito de matar. O policial penal permanece internado no Hospital João XXIII, onde foi levado após tentar tirar a própria vida com um corte no abdômen logo depois do crime. Ele deverá passar por exame de corpo de delito assim que receber alta.
O relato dos policiais que atenderam à ocorrência aponta que o autor resistiu à prisão, estava armado com facas e precisou ser contido com arma de incapacitação neuromuscular. Testemunhas confirmaram que o casal estava sozinho no apartamento e que, momentos antes, a irmã de Priscila teria ouvido gritos de discussão. De acordo com a família, a vítima havia manifestado medo do namorado pouco antes de ser morta, relatando comportamento possessivo e ciúmes extremos.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o policial penal estava afastado de suas funções desde janeiro deste ano por motivos psiquiátricos e que sua arma funcional já havia sido recolhida. A pasta lamentou o ocorrido e confirmou a abertura de procedimento administrativo pela Corregedoria, além de apoio à Polícia Civil, responsável pela investigação.
Priscila foi velada no domingo (17) no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte. Familiares e amigos se despediram sob forte comoção, enquanto a irmã, Fabíola Mundim, pediu justiça em nome da vítima e de todas as mulheres vítimas de violência.
O caso, agora tratado como feminicídio, seguirá sob investigação da Polícia Civil. A prisão preventiva foi decretada para garantir a ordem pública e a continuidade do processo judicial, já que a pena máxima prevista para o crime é de 40 anos de reclusão. O suspeito permanecerá sob escolta no hospital até que possa ser transferido para o sistema prisional.
Mín. 13° Máx. 24°