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Empresário suspeito de matar gari em BH deve responder por três crimes

Uma semana após a morte do gari Laudemir Fernandes, investigação aponta provas irrefutáveis contra Renê Nogueira Júnior, que segue preso preventivamente

18/08/2025 às 09h30
Por: Bianca Guimarães
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Empresário suspeito de matar gari em BH deve responder por três crimes

A morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, ocorrida na última segunda-feira (11), durante uma confusão de trânsito no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, caminha para a conclusão das investigações. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, preso desde a última quarta-feira (13), deve ser indiciado por três crimes: homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo e ameaça contra a motorista do caminhão de coleta de lixo.

De acordo com o delegado Evandro Radaelli, responsável pelo caso, não restam dúvidas sobre a autoria do crime, embora o suspeito negue envolvimento. Imagens de câmeras de segurança, relatos de testemunhas e outros elementos levantados pela investigação formam, segundo a corporação, um conjunto de provas considerado irrefutável.

O episódio ocorreu quando um carro BYD cinza teria bloqueado a passagem do caminhão de coleta. Após discussão, o motorista do veículo teria ameaçado a condutora e, em seguida, atirado contra o gari, que trabalhava no momento da abordagem. Laudemir foi atingido no tórax, chegou a ser socorrido ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu. Testemunhas afirmaram que, após o disparo, o autor deixou o local de maneira tranquila.

Preso em uma academia no bairro Estoril poucas horas depois do crime, Renê Júnior foi levado para o Presídio de Caeté, onde permanece sob prisão preventiva. O delegado Radaelli destacou que, após o homicídio, o suspeito manteve uma rotina considerada normal, chegando a trabalhar e passear com os cachorros, o que chamou a atenção dos investigadores.

A apuração também envolve a arma usada no crime, que, segundo relatos, pode pertencer à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. Ela não é considerada envolvida no homicídio, mas sua conduta está sob análise da Corregedoria da Polícia Civil, que apreendeu tanto sua arma pessoal quanto a funcional.

Enquanto o inquérito se aproxima da conclusão, familiares e colegas de Laudemir descrevem a vítima como um homem trabalhador, pacífico e dedicado à família. Ele deixou esposa, uma filha adolescente e enteadas, além de colegas que lamentam a perda. O caso segue sob investigação, e a expectativa é de que o indiciamento seja formalizado nos próximos dias.

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