A família de Laudemir de Souza Fernandes, gari de 44 anos morto durante uma confusão de trânsito em Belo Horizonte, entrou com pedido judicial para o bloqueio de bens do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, e de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. A solicitação, protocolada na última quinta-feira (14), tem como objetivo evitar que o patrimônio do casal seja dilapidado antes de uma eventual reparação à família da vítima.
Segundo o advogado Tiago Lenoir, que atua gratuitamente como auxiliar de acusação no caso, a chamada "tutela antecipada" visa assegurar que os responsáveis pelo crime respondam tanto criminal quanto civilmente. “Minha função é dar suporte à investigação e ao processo, buscando a reparação das vítimas. Trata-se de provas robustas, evidentes, que demonstram a autoria do indivíduo”, afirmou.
A Polícia Civil confirmou que a arma usada no crime pertence à delegada Ana Paula Balbino e que se trata de equipamento de uso particular, sem vínculo com o armamento fornecido pela corporação. O armamento foi recolhido na residência do casal, localizada em bairro de alto padrão em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Além disso, a Justiça determinou que a montadora Build Your Dreams (BYD) forneça informações sobre o trajeto do veículo usado pelo empresário no dia do crime, e que a operadora Claro libere registros de chamadas realizadas entre 7h e 16h. Também foi autorizada a quebra de sigilo do celular apreendido, permitindo o acesso a mensagens e dados solicitados pela Polícia Civil.
Renê Nogueira Júnior está detido no Presídio de Caeté desde terça-feira (14), após audiência de custódia que converteu sua prisão em flagrante em preventiva. O caso segue sob investigação, com a expectativa de conclusão do inquérito em breve, conforme informado pelos advogados que acompanham o processo.
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