Belo Horizonte foi escolhida para sediar a edição de 2027 do International Workshop on Rare-Earth and Future Permanent Magnets and Their Applications (REPM), principal evento global sobre ímãs permanentes e materiais magnéticos de terras raras. A decisão foi anunciada durante a edição realizada no Japão, e o encontro deve reunir pesquisadores, engenheiros e representantes da indústria de todo o mundo, abordando aplicações em energia, mobilidade e defesa.
A candidatura brasileira foi apresentada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reforçando a posição estratégica do país no desenvolvimento da cadeia de produção desses materiais. O evento marca a primeira grande oportunidade internacional para o projeto MagBras, coordenado pelo Instituto de Terras Raras da FIEMG em Lagoa Santa, que visa ampliar a produção nacional de ímãs permanentes.
Criado em 1974, o REPM acontece bienalmente e já havia sido sediado no Brasil em 1996, em São Paulo. Para especialistas, o retorno do evento ao país é um reconhecimento pelo avanço recente da ciência e da indústria nacional nesse setor. A expectativa é que a conferência promova parcerias internacionais, inspire jovens pesquisadores e fortaleça a autonomia tecnológica brasileira em materiais estratégicos para a transição energética e inovação industrial.
O projeto MagBras conecta empresas, universidades e centros de pesquisa em uma rede colaborativa que abrange toda a cadeia produtiva, incluindo setores metalmecânico, eletroeletrônico, energético e automotivo. Entre os parceiros estão grandes empresas nacionais e multinacionais, startups e institutos de inovação, com suporte de fundações de pesquisa, em uma iniciativa voltada para reduzir a dependência externa e consolidar o Brasil como referência em tecnologia de ímãs de terras raras.
José Luciano Pereira, gerente de Inovação e Tecnologia do ITR, ressaltou que o evento chega em momento estratégico para o país, com a infraestrutura necessária já em funcionamento, como o primeiro laboratório-fábrica do hemisfério Sul. Para os especialistas, o encontro internacional não apenas coloca o Brasil em evidência, mas também deve acelerar o desenvolvimento científico e industrial, promovendo a integração entre pesquisa acadêmica, inovação tecnológica e demanda do mercado.
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