Trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Minas Gerais alertaram nesta quinta-feira (14) para a possibilidade de paralisação nos próximos dias. A situação foi debatida durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na qual o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde) denunciou defasagem salarial e atrasos no repasse de recursos para o serviço. Só em Belo Horizonte, 28 ambulâncias estão em operação.
Segundo a diretora do Sind-Saúde, Núbia Roberta Dias, os socorristas mineiros recebem uma das piores remunerações do país e enfrentam jornadas exaustivas. Entre as reivindicações estão a recomposição salarial, a regulamentação do cargo de condutor socorrista, atualmente não reconhecido como profissão de saúde, e o repasse regular do piso da enfermagem, que apresenta atrasos de dois a três meses. “Se essa questão não for resolvida, temos um risco enorme do Samu parar em todo o Estado”, afirmou a dirigente.
O financiamento do Samu é tripartite, envolvendo União, estados e municípios. Representantes de consórcios intermunicipais relataram que a União tem repassado apenas 30% do custeio, abaixo dos 50% previstos, o que levou o Estado a reduzir sua participação. Denys Carvalho, secretário executivo do consórcio Cisdeste, destacou que “a conta não fecha” e que é preciso buscar soluções para equilibrar o financiamento.
O Ministério da Saúde afirmou que aumentou em 42% os repasses para Minas desde 2023, passando de R$ 119,8 milhões para R$ 170 milhões, e entregou 207 novas ambulâncias. O órgão disse ainda que os recursos são transferidos regularmente e que a meta é universalizar o Samu até 2026. A Prefeitura de Belo Horizonte garantiu que não há previsão de interrupção do serviço na capital, que é custeado prioritariamente com recursos municipais e regula o atendimento em outras 22 cidades da região metropolitana.
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