Enquanto a Polícia Militar de Minas Gerais dava início à campanha Agosto Lilás, voltada à proteção de mulheres vítimas de violência, a família de Alessandra de Jesus Araújo, de 29 anos, enterrava a jovem, assassinada brutalmente na noite de quarta-feira (30) em Vespasiano, na Grande BH. O principal suspeito do feminicídio é o ex-companheiro, de 44 anos, que foi preso menos de 24 horas depois do crime.
Alessandra foi morta com três tiros, dois deles na cabeça. Segundo a Polícia Militar, o suspeito se aproximou da vítima em uma moto e disparou quando ela voltava para casa após o trabalho. Após o crime, o corpo foi jogado em um barranco. O homem foi localizado na casa de um tio, em Belo Horizonte, e, de acordo com os policiais, não demonstrou arrependimento.
A relação entre Alessandra e o suspeito foi marcada por agressões físicas, verbais e ameaças. Segundo o padrasto, Genivaldo da Silva, a violência começou durante a gravidez: “Ele batia nela grávida. Nunca pagou pensão, nunca deu nada pro menino. Esse menino nunca teve pai.” O casal teve um filho, hoje com 8 anos, que será criado pela família materna.
Amigos e parentes relataram que Alessandra vinha sofrendo ameaças constantes nos dias anteriores ao crime. “Ele dizia que se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém”, afirmou um parente. A Polícia Civil investiga o caso e analisa o celular da vítima.
Durante o velório no Cemitério Municipal de Vespasiano, a mãe da jovem precisou de apoio. Amigas lamentaram a tragédia: “Ele ameaçava ela o tempo todo. Aproveitou a saidinha pra fazer isso”, disse Ingrid Silva.
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