Milhões de pessoas em países banhados pelo Oceano Pacífico começaram a retornar às suas casas após o encerramento dos alertas de tsunami emitidos na esteira de um terremoto de magnitude 8,8 ocorrido na costa russa de Kamchatka. O tremor, registrado na noite de terça-feira (30), gerou ondas que atingiram algumas áreas costeiras, mas, apesar do pânico inicial, não foram registrados danos materiais expressivos nem vítimas fatais.
O abalo sísmico teve seu epicentro a 126 km da cidade de Petropavlovsk-Kamchatskiy, a uma profundidade de 20,7 km. Em resposta imediata, autoridades de mais de dez países — entre eles Japão, Chile, México, Colômbia, Equador e Estados Unidos — emitiram alertas de evacuação para áreas litorâneas. O Japão chegou a orientar a saída de quase 2 milhões de pessoas, e o Chile conduziu o que foi chamado pelo governo de sua “maior evacuação costeira da história”, com mais de 1,4 milhão de retirados.
No Equador, praias e parques nas ilhas Galápagos foram esvaziados. Moradores relataram oscilações anormais no nível do mar, mas a elevação observada foi de pouco mais de um metro. Em outros pontos, como o Havaí, congestionamentos tomaram conta das vias enquanto moradores se deslocavam para regiões elevadas. Na Rússia, o tsunami chegou a atingir o porto de Severo-Kurilsk, com ondas de até quatro metros avançando terra adentro, provocando inundações e a evacuação de cerca de 2 mil pessoas.
Apesar do susto, a maioria dos países suspendeu os alertas ao longo da quarta-feira e quinta-feira, quando o risco de ondas perigosas foi descartado por institutos geológicos e meteorológicos. Em nota, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que “não houve qualquer registro de dano” no país. O Japão também desativou todas as áreas de risco, e os funcionários da usina nuclear de Fukushima, retirados preventivamente, puderam retornar.
O terremoto foi um dos mais intensos registrados na região desde 1952, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), e integra a lista dos dez maiores tremores desde 1900. A região de Kamchatka, localizada sobre o encontro de duas placas tectônicas, é conhecida por sua intensa atividade sísmica. Logo após o abalo principal, cientistas registraram a erupção do vulcão Klyuchevskoy, um dos maiores da Rússia, o que reforça o nível de instabilidade geológica da área.
Embora os danos tenham sido limitados e os ferimentos registrados não tenham sido graves, o episódio relembra a força destrutiva dos tsunamis no Pacífico — como o de 2011 no Japão, que matou mais de 15 mil pessoas. Agora, com os alertas suspensos, moradores retornam à normalidade, mas especialistas seguem monitorando o risco de novas réplicas, uma delas com chance de magnitude acima de 7, segundo estimativas do USGS.
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