Uma família composta por quatro pessoas foi encontrada em situação análoga à escravidão em uma propriedade rural de Januária, no Norte de Minas Gerais. Segundo a Superintendência Regional do Trabalho, o casal e seus dois filhos, de 9 e 6 anos, residiam em um barraco de aproximadamente 20 metros quadrados, sem acesso a água potável ou banheiro. O homem trabalhava sem registro formal, recebendo R$80 por dia para a produção de mudas de plantas ornamentais e frutíferas, além de realizar serviços gerais na propriedade, como limpeza e capina.
A fiscalização apontou que ele manipulava agrotóxicos sem qualquer equipamento de proteção individual e não passou por exames médicos ocupacionais, treinamentos ou recebeu benefícios como férias, décimo terceiro salário, recolhimento de FGTS ou contribuições previdenciárias. A jornada de trabalho era de no mínimo oito horas diárias de segunda a sábado.
As condições de moradia eram precárias: o barraco apresentava instalações elétricas perigosas, acúmulo de materiais inflamáveis e riscos de incêndio, além de ser possível a presença de animais peçonhentos. A família era obrigada a buscar água potável em um percurso de 7 km, transportando o líquido em galão plástico reutilizado. A mulher e as crianças estavam expostas ao ambiente insalubre.
A Superintendência ressaltou que o trabalhador sempre laborou na informalidade, sem qualquer proteção legal, em condições degradantes que violam direitos básicos e a dignidade humana. O caso segue em investigação para responsabilização dos envolvidos.
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