A cidade russa de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas, foi atingida por quatro ondas de tsunami na manhã desta quarta-feira (30), após um terremoto de magnitude 8.8 — o mais forte registrado na região em 73 anos. O mar avançou cerca de 400 metros terra adentro, submergindo ruas, casas e uma fábrica de processamento de frutos do mar. Imagens que circulam nas redes mostram moradores desesperados e o porto completamente alagado. “Nossa fábrica está afundando!”, lamenta uma moradora em prantos.
O epicentro foi na costa de Petropavlovsk, na Península de Kamchatka, a 20,7 km de profundidade. O tremor gerou alertas para toda a Bacia do Pacífico. No Japão, milhões foram orientados a evacuar áreas costeiras. No Havaí, ondas de até 1,74 m foram registradas, e sirenes soaram nas praias de Waikiki. Também houve alertas e evacuações no México, Chile, Colômbia, Equador e outros países da América Latina e da Oceania.
Na Rússia, quase 2.000 pessoas foram retiradas de Severo-Kurilsk e Elizovskiy. Em Kamchatka, famílias abandonaram suas casas às pressas. Uma moradora relatou ter saído de roupa íntima com os filhos: “Pegamos uma mala com água e roupas e corremos. Foi assustador”.
No Japão, uma mulher morreu ao cair de um penhasco com o carro durante a evacuação. Em Miyagi, uma onda de 1,3 m foi registrada. Na usina de Fukushima, trabalhadores foram retirados por precaução. Nas Ilhas Galápagos, no Equador, houve evacuação preventiva. No Chile, o alerta se concentrou na Ilha de Páscoa.
O terremoto foi um dos 10 mais fortes já registrados no mundo, segundo o USGS. Após mais de 11 horas de alerta, autoridades russas suspenderam o risco de tsunami. Ainda assim, o serviço sísmico local alerta para réplicas com magnitudes superiores a 7. A Península de Kamchatka, onde o tremor ocorreu, é uma das zonas mais ativas do mundo por estar no encontro de grandes placas tectônicas.
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